Saturday, 20 February 2010

Missao de Jecua em Vila de Manica

Nos finais da decada de 50, iria viver para Vila de Manica, no Bairro Ferroviario junto a estacao de Caminhos de Ferro, entre o Porto da Beira e Machipanda, na fronteira com a ex-Rodesia,hoje Zimbabwe. Iniciei a Escola Primaria nesta Vila e a pratica da patinagem e hoquei na Missao de Jecua e no Clube da Vila. Lembro-me de alguns companheiros da escola como o Sergio Sousa da Casa Manica, do Robin das Aguas de Manica, do Joao Torres da Machipanda, da Fatinha e irma, do Luis Morais e irmas e do Felicio Zacarias na Missao, onde minha irma fez o primeiro ano do Liceu e meu pai treinava a nossa equipa. Como material, tive os meus primeiros patins de rodas de ferro e rolamentos, com aperto frontal e fivela no tornozelo, o stick e bolas e restante material eram do hoquei em campo, material facil de adquirir na cidade fronteirica de Mutari, ex-Umtali. Fazia muito frio na epoca seca, temperaturas a rondarem os zero graus e foi aqui que tive a minha primeira espingarda de pressao de ar, uma Diana 23, adquirindo o gosto para dar o tiro em tudo que voava e se mexia, incluindo galinhas que muito sofriam com a minha afinada pontaria. Quem nao gostou muito dos chumbos foi uma colmeia que tambem serviu de alvo e a resposta foi a primeira experiencia de varias picadas de abelhas todas elas no seu pleno direito de protestarem veemente a minha falta de consideracao e respeito. Igualmente experimentaria o uso da Winchester ponto 22 e de uma 365 cujo coice nao me deixou muito boas recordacoes e varios treinos com uma pequena FN 6, 35mm. Foram os primeiros tempos em varias aventuras por entre a vegetacao densa e ao longo dos riachos que a bordejavam, primeiros passos na fria sensacao de tirar a vida a inocentes seres viventes e indefesos, mas criadores de um sentimento interno de dominio e controle. Nas traseiras da casa ferroviaria ficava o curral de criacao domestica do inesquecivel "Xico", um pequeno leitao de semanas, que chegaria a porcao depois de um ano em regime de alimentacao reforcada, terminando em febras, costeletas, miudezas e presunto para o ano seguinte;um pouco mais longe destacava-se um majestoso formigueiro, cujo interior sempre me suscitou enorme curiosidade, mas pouco me aventurei na descoberta de suas entranhas, tal o respeito que tinha por suas laboriosas ocupantes. Um dia resolvi experimentar os Havanas do nosso empregado domestico e gostei da leve docura de seu envolvente papel castanho escuro e da sensacao de leveza provocada pelos vapores inalados........foram tantos seguidos que me embebedei de tal forma, provocando uma forte reaccao estomacal e uma grande reprimenda maternal, que resultou numa inabilidade perpetuarizante em fumar cigarros, um mal que veio por bem!
Vou ver futebol! Ciao..............
Ze Carlos

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