Sunday 6 March 2011

Os manos Pimentel


Ladeado pelos dois manos Bruno e Pedro Pimentel, em Montreux, durante o Mundial de 2007.


O Hóquei em Patins Mocambicano depende quase que totalmente das accoes que este 2 hoquistas fizerem pela modalidade; sem eles, será o prenúncio de uma morte definitiva da mesma.


No ano de mais um Mundial em S.Juan/Argentina em Outubro, a necessidade de consolidacao das Escolas existentes e a continuidade da competicao dependem fundamentalmente do trabalho, vontade e entrega destes dois grandes hoquistas: um como Director Técnico (Pedro) e outro como Capitao, Jogador e Responsável pelas Escolas de Patinagem (Bruno).


ZC55

CARNAVAL no RIO DE JANEIRO







Em finais de 1981, desempenhava as funcoes de Director Geral da Mosopesca, Empresa de capital misto entre a Emopesca, e.e. (51%) e a Sovrybflot/URSS (49%), quando participei na negociacao da recepcao de 4 camaroneiros do tipo ARPEM, destinados a empresa Pescamar, assim como de fornecimento de pecas, acessórios, equipamentos e pessoal para a reparacao de outros 4 ARPEM's pertencentes a frota da Mosopesca e que tinham constituído aporte de capital por parte do sócio Mocambicano Emopesca, e.e.






Os documentos bancários (Letras e Promissórias) foram emitidas pelo Banco de Mocambique, sendo endossadas pelo Vice-Governador Dr.Prakash Ratilal, cabendo a mim a assinatura das mesmas na presenca do fornecedor, a Inconave, Estaleiro Naval de Niterói que tinha sido adquirido pelo grupo MacLaren Brasil.






Estas accoes implicaram a organizacao de uma viagem ao Brasil, para a recepcao e vistoria das referidas embarcacoes, assim como a assinatura das listas de acessórios, pecas sobressalentes e de técnicos brasileiros que iriam depois para Mocambique proceder a reparacao e recuperacao dos outros 4 camaroneiros da Mosopesca.






Na preparacao desta viagem, nao sabíamos na altura da realizacao do Carnaval nas mesmas datas da viagem, pois Carnaval em 1982 em Mocambique nao existia e pouco se falava nisso, nem sequer nos passou pela cabeca que tal poderia coincidir com a nossa viagem.






Acompanhado pelo Chefe da Divisao Técnica da Mosopesca, o Engenheiro Soviético Nicolay Semoshenko, que falava perfeitamente Ingles e algo de Portugues, seguimos para o Brasil, via Lisboa e aterramos no Rio de Janeiro e a primeira coisa que nos disseram foi: Bem vindos ao Carnaval!!






Durante as primeiras duas semanas pouco fizemos em termos de trabalho, pois todo o Brasil estava concentrado nesta festividade e para nós foi uma oportunidade para conhecer um pouco o Rio de Janeiro e sentirmos o Carnaval num dos seus mais importantes centros.






A recepcao das embarcacoes implicou uma saída para o mar, atravessando toda a Baía do Rio de Janeiro, desde Niterói passando por entre Flamengo e o Morro do Pico, saindo da Baía, passando pela frente de Copacabana, Ipanema, Barra de Tijuca até a Ilha Grande, regressando depois ao Estaleiro.






Durante o Carnaval, fomos assistir o desfile de váias Escolas do Samba, na tarde do primeiro dia , na antiga Avenida Marques de Sapucaí; regressamos ao Hotel pelas 11h da noite, jantamos, dormimos e acordamos no dia seguinte e o desfile ainda nao tinha terminado.






Lembro-me das bancadas eregidas em tubos e pranchas de madeira, contendo cerca de 3 mil pessoas em cada arquibancada, que abanavam constantemente cada vez que uma Escola psassava, com gritos de : "Já ganhou, já ganhou!"






Quem nao ganhou para o medo fui eu e o meu valente companheiro Nicolay; por entre imensos choupinhos lá nos fomos aguentando e no final até já sambavamos com nossos vizinhos naquelas baloicantes estruturas galvanizadas e emadeiradas!!






Passeios no bondinho, visita ao Cristo Rei, futebol no Maracana para ver um Fla-Flu, bailes em Niterói, festas em casa de empregados dos Estaleiros, noite no Canecao com o Roberto Carlos, muitos choupinhos, feijoadas e picanhas, constituiram os principais passatempos enquanto nao se regressou a normalidade, depois de 2 semanas carnavalescas.






Foram depois mais 2 semanas a trabalhar no duro, acabamos por definir uma equipa de 15 técnicos Brasileiros que iriam para Mocambique por 3 meses para trabalharem conjuntamente com os técnicos Mocambicanos e Soviéticos em Maputo; desde carrinhas, ares condicionados, geleiras, fogoes, roupa de cama e muito mais que faltava para a comodacao dos técnicos Brasileiros, tudo foi embarcado para Mocambique a bordo das 4 novas embarcacoes destinadas a Pescamar.






Foi uma operacao que teve muito sucesso e o resultado final foi a recuperacao total dos camaroneiros da Mosopesca e o aumento da capacidade produtiva da Pescamar; tivemos um tratamento de 1a classe, fomos recebidos pelo próprio Maclaren na sua casa em frente da praia de Ipanema e ficamos com memórias e recordacoes para o resto das nossas vidas.






O desfile nesse ano foi ganho pela Escola da Ilha do Governador, com o samba "Bum-bum Paticum-bum", por sinal uma das minhas favoritas; na foto, uma das Escolas de Samba utilizou o tema dos libertadores das novas Nacoes Africanas,como tema principal (num outro ano).






ZC55