Extractos do Jornal "O Seculo de Johannesburg", com meus comentarios intercalados
"As equipas que se classificaram em primeiro e segundo, neste caso a Académica de Luanda e a Juventude de Viana, ficaram apuradas para participar no Mundial de Clubes, a disputar em Setembro próximo, em Portugal ou no Brasil."
Ja nao se vai realizar esta competicao, conforme anunciado pelo Presidente do CIRH, Sr. Harro; no entanto, existe uma proposta em cima da mesa da empresa Wall Street liderada pelo Sr.Boaventura Rodrigues para que esta competicao se realize no Egipto; pelo seu lado, a Federacao Egipcia ainda nao se pronunciou, mas existe um desejo por parte de atletas e dirigentes do Clube Al Dahklyea que esta competicao venha a realizar-se, como forma de divulgar a modalidade num universo de 25 milhoes de habitantes que compoem a Cidade do Cairo.
"De registar como nota negativa deste torneio, a falta de público no pavilhão desportivo. Bancadas com cadeiras vazias foi a nota dominante, que perdurou durante os cinco dias desta competição internacional. Mesmo na derradeira jornada, em que ficou definida a posição das primeiras quatro equipas, e escolhido o Campeão Africano de Hóquei em Patins, voltou a notar-se a falta de público. É de lamentar, pois os jogadores e as equipas mereciam muito melhor, pelo empenho e dedicação evidenciado dentro do campo. Segundo conseguimos apurar, a falta de informação da realização deste torneio internacional, foi a principal causa do divórcio do público, que não marcou a sua presença no Pavilhão António Braz, da ACP de Pretória. De realçar que na jornada de encerramento, para além de estar ainda em disputa o primeiro e o segundo lugar, também se realizou a sessão solene da entrega de meda-lhas, troféus às equipas participantes e a Taça ao campeão. As cadeiras do pavilhão voltaram a estar vazias e conforme afirmamos de início, estiveram sempre vazias, sendo desolador todo este vazio ao longo da semana, talvez por falta de informação dos responsáveis pela organização da competição, pois caso contrário teríamos de atribuir essa ausência de espectadores, ao desprezo pela modalidade, e aí admitir ter este desporto os seus dias contados entre nós, o que de maneira alguma desejamos que tal venha a acontecer, por se tratar de uma modalidade muito integrada e com grande cartel no desporto português, inclusive a nível internacional."
Estes comentarios sao elucidadivos da parte menos boa deste Torneio, que teve uma organizacao e apoio institucional de assinalar, para alem dos patrocinios da parte da Wall Street que ofereceu os Trofeus, Medalhas e Placas comemorativas; teve igualmente o apoio de outros responsaveis locais entre os quais o Presidente da ACP de Pretoria, que tudo fizeram para que esta competicao fosse realizada no seu melhor; o Presidente da Federacao Sul-Africana e do Comite Africano de Hoquei em Patins, Sr. Joaquim Coimbra e toda a sua equipa foram extraordinarios para o sucesso deste evento.
Foi de facto muito triste uma competição desta envergadura, em que se viu hóquei de grande qualidade, não ter assistência nenhuma a presenciá-la, já que e no respeitante às vencedoras, se apresentaram bastante reforçadas. Por parte da Académica de Luanda, com João Pinto da Associação Académica de Espinho, Nuno Félix da União Desportiva Oliveirense, Paulo Santos da Académica da Feira, e Martin Payero, um argentino a jogar no Liceu da Corunha, de Espanha. Por sua vez a Juventude de Viana fez alinhar Carlos Martins do Dramático de Cascais, e André Centeno da Juventude de Viana do Castelo. No final do torneio, em que foram entregues a Taça em disputa ao vencedor, placas comemorativas às equipas, e medalhas aos hoquistas, estiveram presentes dirigentes do hóquei e vários colaboradores. Aproveitamos a oportunidade para destacar a dedicação do presidente da ACPP, Mário Ferreira, que disponibilizou vinte e quatro dos seus apartamentos para alojamento de atletas, e organizou as três refeições diárias para os hoquistas e directores que acompanharam as equipa. Durante a cerimónia de encerramento usaram da palavra, para os agradecimentos de circunstância a quantos se envolveram na prova, ou de qualquer modo colaboraram com a organização, o presidente da Federação, Joaquim Coimbra, Mário Ferreira e Elizabete Tomé. O relações públicas da Federação de Hóquei em Patins da África do Sul, conduziu as actividades neste encerramento Victor Silva, também fez questão, durante a sua intervenção de agradecer aos atletas, dirigentes e às diversas ajudas que tivéram para esta grande competição, onde não foram esquecidos os quatro árbitros que dirigiram todos os jogos, José da Silva de Pretoria, José Fernandes de Joanesburgo, Mário Carrilho de Vanderbijlpark, e Ernestino Gabriel de Moçambique, actuaram ali Gary Golding e Jeanné Swart, em dança latino-americana.
Foi uma verdadeira festa do hoquei em patins africano, com a presenca de jogadores internacionais, contribuindo para um elevado nivel tecnico competitivo, do melhor hoquei que pode ser praticado; bons jogadores, arbitros, dirigentes, tecnicos,patinadores artisticos e algum publico estiveram juntos nestes 5 dias de intensa competicao.
Entre jogadores, tecnicos e arbitros, alguns deles foram meus atletas como o Sandro dos Santos, vencedor do primeiro Campeonato Africano pelo Estrela Vermelha de Maputo (como Treinador da equipa e da Seleccao Nacional de Mocambique), assim como o tecnico Justino Miguel meu atleta na Seleccao e Estrela Vermelha; o tecnico da Juventude de Viana Duque Victor, foi meu jogador na Seleccao de Africa no Torneio Olimpico disputado em Montreux em 1994 (como Seleccionador de Africa), para alem de todos os jogadores Egipcios (como Tecnico Internacional) e a maioria do Maxaquene (como Conselheiro Tecnico da Seleccao de Mocambique);o arbitro Ernestino Gabriel(Antoninho) foi meu guarda-redes no Clube Estrela Vermelha e na Seleccao de Mocambique; apesar de ter acompanhado a competicao a muitos quilometros de distancia, a vivencia com todos estes hoquistas, fez-me sentir como parte desta competicao.
ZC55
(Foto dos jogadores Maia, Senito, Amr, Pedro Pimentel e Duque da Seleccao de Africa, em 1994, no Torneio Olimpico de Montreux, na cabine de passageiros, juntamente como jogador brasileiro Didi; a minha bigodaca marcava o estilo na altura!)