Tuesday 5 January 2010

Muito obrigado!

Ola queridos amigos e familia:
nao estava a espera de tantas respostas positivas e incentivadoras, o que realmente agradeco
e espero nao vos defraudar (pelo menos vou fazer o meu melhor) daqui para a frente.
No meu primeiro post referia-me a escolha do nome deste blog: inicialmente nao tinha nenhuma ideia pre-concebida, mas depois lembrei-me de algo que esta definitivamente ligado com as minhas origens e vivencias primarias, o Bairro Ferroviario!
Assim como o Rui tem o seu proprio blog ligado ao sitio onde ele passou grande parte da sua vida (Predio Tempo), donde do seu alto mirava a grande cidade e seus arredores,donde espreitava as meninas na Piscina e os Hoquistas no SNECI,eu tive toda a minha infancia e grande parte da minha juventude, ligado ao Bairro Ferroviario.
As primeiras memorias vao para o Bairro Ferroviario (antigo) do Dondo,estacao ferroviaria importante estacionada no eixo entre a ex-Rodesia e ex-Niassalandia,onde meu pai trabalhava como Factor; praticamente nasci no Dondo, apesar do parto ter sido no Hospital Central Rainha D. Isabel na Beira, para onde meus pais foram a correr na madrugada do Primeiro de Maio de 1955, depois de uma noite tormentosa e chuvosa.
Aqui faco uma pausa, pois se quizerem saber um pouco mais da historia dos Caminho de Ferro da Beira (e nao so, da propria cidade), sugiro-vos que consultem um outro blog do Eng. Ferreira Mendes , "Beira-Amar" (http://beiraumseculo.blogspot.com/) com muita informacao disponivel.
Depois aos meus 5 anos de idade o meu pai foi transferido para a Vila de Manica, de novo a viver no Bairro Ferroviario, onde permaneci ate aos 7 anos, tendo de novo rumado para a Beira, pois a minha irma tinha completado o 1o ano do Liceu na Missao de Jequa e como nao havia progressao, fomos viver igualmente para o Bairro Ferroviario, situado na parte anexa ao Campo de Futebol,mesmo por detraz da baliza de futebol.
Ai fiquei ate aos meus 17 anos, quando depois de ter terminado o antigo 7o ano no Liceu Pero de Anaia, fui para a ex-Lourenco Marques frequentar o curso de Economia na ULM, estavamos entao no ano de 1972; e como nao podia deixar de ser fui viver para o Lar do Ferroviario (hoje transformado numa Residencial) acabadinho de ser inaugurado, mesmo ali por cima do "El Greco", no chamado predio das Rosas de Mocambique, no final da 24 de Julho.
Como veem a designacao encontrada para este blog tem uma explicacao, da qual poderei extrair muitas mais memorias que naturalmente partilharei convosco.
Mas deixem-me agora contar-vos um pouco como foi o meu dia:
no intervalo depois do almoco, dei uma olhadinha aqui no blog e vi os e-mails recebidos, uau, que surpresa!Nao estava mesmo a espera de tantas respostas encorajadoras e amigaveis, digo-vos que senti uma imensa alegria por todas as vossas respostas e comentarios; mas logo uma certa ansiedade se apoderou de mim, como seria agora? Teria que voltar rapidamente e responder-vos, mas afinal a parte da tarde seria mais complicada e conto-vos porque: Aviso de mau tempo, iria nevar no final da tarde e desde do ano passado que a neve tem sido muito mais forte e dificil de lidar; apercebi-me que nesta parte do Sudoeste da Inglaterra onde vivo e trabalho (Wiltshire e Dorset) nao havia experiencia sobre como lidar com estas intemperies, ficando tudo muito mais complicado e dificil; a minha organizacao logo decidiu alugar um 4x4 e como no ano passado fui um "Campeao"como gosto de ser, a conduzir na neve no meu pequeno carro (um Hyundai Accent 1.3), logo se lembraram de mim para conduzir o tal 4x4, um "Senhor" Land-Rover Freelander 2 GC TD4, novinho, mas que infelizmente nao o vou conduzir,pois nao vou estar a trabalhar neste proximos dias por ter que acabar um trabalho ate 2a feira para o meu curso; assim foi o meu colega que levou consigo a maquina e eu fiquei a pensar que se calhar, com aquela maquina nas minhas maos iria direitinho ate Mocambique, atravessando deserto e florestas, rios e montanhas..........apenas uma visao temporaria; depois compreendi porque me pediram a minha carta de conducao com foto, tres recibos a comprovar a residencia, tudo isto porque afinal nao sou de ca............o meu colega british apenas apresentou um cartaozinho (drive license) e logo lhe autorizaram a conduzir a besta mecanica!
Depois fui ao Supermercado,o famoso e careiro Waitrose e deparei com a maior parte das prateleiras vazias, as pessoas numa azafama comprando tudo aquilo que restava em termos de produtos de 1a necessidade; isto tudo porque os camioes nao abasteceram ontem nem hoje, as estradas no Norte e Centro estao bloqueadas, a neve cai ininterruptamente e o "acambarcamento" fez-me recordar os tempos mais dificeis passados em Mocambique; comprei o essencial, pois as economias estao de rasto e como estou habituado a situacoes deste genero, internamente gozo com a situacao, pois quem viveu em Mocambique naqueles anos mais dificeis, esta mais do que calejado para enfrentar estas situacoes de escassez; como veem, ate num Pais do chamado primeiro Mundo, ha dificuldades quando estas condicoes climaticas caem em cima; devo-vos dizer que desde que aqui estou na Inglaterra, desde 2003, este Inverno esta a ser o mais frio e dificil e quando vejo a equipa inglesa a jogar criquete na cidade do Cabo, com + 42 graus e nos por aqui com menos 3 graus, algo nao esta bem, estas amplitudes termicas comecam a ser seriamente preocupantes.
Regressando ao meu primeiro post, afinal acabei por levantar uma discussao que nem sequer me passou pela cabeca: o uso da lingua portuguesa e a possibilidade de desaparecer, ou nao, num futuro proximo;o meu amigo Herculano, comentou e opinou desde la do Brazil, o meu amigo Joaquim questionou e devo dizer que todos os Joaquins meus amigos sao pessoas de grande saber e formacao academica, uns economistas, outros juristas e outros ainda gestores, mas penso que a forma depreciativa como o nome e tratado no Brazil, nao tem nada a ver com o Joaquim meu amigo, e tambem penso que o meu amigo Herculano nao pretendia depreciar ou menosprezar o meu amigo Joaquim, pois ate penso que um deve conhecer o outro,mas la chegarei um dia, mas por agora vou ficar por aqui, pois vai comecar o Aston Villa x Blackburn para a Carling Cup, o equivalente a Taca da Federacao Inglesa, para a 1a mao da semi-final; vou ver o Benny Mccarthy a jogar e que me parece esta para mudar de clube, pois sao varios os clubes que pretendem contratar, desde o Birmingham, Celtic, Portsmouth , Ajax e ate o Porto quer o seu regresso...o unico que o nao quer eh o Carlos Alberto!!
Abracao para voces, fiquem bem!
Ze Carlos

6 comments:

  1. Oi Zé,
    Tens toda a razão... para um lado eu tinha as meninas na piscina da Associação (também conhecida como piscina do Maxaquene) e para o outro eu tinha o SNECI. Muitas vezes o que me chamava a atenção era o barulho dos patins a derraparem, das "stickadas" e das bolas a baterem nas tabelas. Quando não ia a correr para o SNECI, pegava nos binocolos do meu pai e via os jogos a partir do 15º andar.
    Mas claro está que preferia estar presente nas bancadas do SNECI ou do Estrela Vermelha para ver o meu ídolo (tu), Abreu, Simões, Alfredo Nicolas, Brito, Pinto, Mendes, etc, etc.
    Ainda me lembro nos vosso treinos no SNECI, orientados pelo Adrião, com vista ao Mundial da Argentina... aquilo era sagrado para mim, para o Sandro e para o Pedro Mendes. Não perdiamos pitada dos treinos. Lembro que uma vez pedi ao Alfredo para defender com o meu stick (um Reno velho, que eu tinha) e do Adrião ter-se zangado com ele por estar a utilizar um stick que não o dele...
    Lembro-me desses tempos como se tivessem sido ontem.

    Um abração muito grande para ti, meu amigo cheio de frio.
    Rui

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  2. Agora lembrei-me duma coisa: tu, sendo da Beira, terra do meu pai, ainda te lembras do supermercado (ou loja) Villela da Motta?

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  3. Oi Rui:
    claro que me lembro desse Supermercado onde se encontrava de tudo e caso nao, tambem se encomendava; uma das familias que la trabalhou estava ligada aos meus amigos Guida Duarte e seu irmao, o falecido e saudoso Dr.Fernando Duarte;os meus pais eram clientes do City Stores, onde trabalhava o pai do meu amigo Joaquim Manuel Henriques de Almeida, um conceituado engenheiro textil aqui no Reino Unido.
    Boas as tuas memorias e que aqui complementam a historia das nossas vidas em comum; eh importante ter a visao dos outros, pois nos estavamos por dentro, mais preocupados com as stikadas e patinadelas;
    abracao
    Ze Carlos

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  4. Caro Kuxa Kanema e/ou Rui, pela primeira vez aparece alguem que fala do Vilela da Mota. Eu não conheci, mas esse "imperio" foi feito pelo meu avô, e seguido pelos meus tios e primos (maioria já morreram). Talvez se lembrem do nome "Sousa Marques". Gostaria de saber mais sobre isso e ver fotos se possivel. SE puder p.f falemos por mail para psimoes.us@gmail. com Obrigado Pedro Simoes, Lisboa

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    1. Caro Pedro,
      Tenho informações e já lhe enviei um email. Fico a aguardar a sua resposta.
      Obrigada,
      Paula

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    2. Bom dia Pedro,
      Ainda podemos falar neste tema?

      Rui

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